Um trunfo do futebol moderno

Ela pode fazer a diferença numa partida. Ela pode mudar completamente um jogo sem que nenhuma substituição seja feita. Ela pode determinar a contratação de um determinado jogador por um clube. Ela pode até definir qual jogador defenderá a seleção nacional. Ela é um dos maiores trunfos do futebol moderno: ela é a VERSATILIDADE.
No futebol rápido e dinâmico como o de hoje em dia, grandes equipes precisam ter pelo menos um bom jogador versátil no elenco, isto é, um jogador que atue em diferentes posições e cumpra diversas funções em campo. O Barcelona tem Daniel Alves, que atua de lateral, ala, ou meia, e Messi, atacante que muitas vezes compõe o meio campo. A Inter de Milão conta com Sneijder, que atua de segundo volante, meio campo e até atacante, e Zanetti, que joga como lateral, volante ou meia. O Corinthians também tem seus jogadores versáteis, o principal deles é Jorge Henrique (que apenas no jogo contra o Bragantino atuou de meia, atacante e ala). Também há outros, como Jucilei (que já atuou de lateral, primeiro volante e segundo volante), Elias (que atua de segundo volante e meio campista), Tcheco (meia de origem, também atua de segundo volante) e Iarley (que pode jogar de centro avante, ponta ou meia atacante).
Para entender a importância da versatilidade é necessário pensar na quantidade de substituições a que cada time tem direito. Com apenas três alterações à disposição, nem sempre convêm trocar os jogadores em campo por um reserva. É aí que entra a importância de se ter um jogador versátil: se a equipe não acha os espaços para os ataques ou não consegue impedir o avanço do adversário e o treinador já fez as três alterações ou acha que é muito cedo para mexer no time, um jogador versátil pode facilmente mudar seu posicionamento e sua postura em campo para cobrir a defesa ou apoiar mais no ataque, mudando o rumo da partida em favor de sua equipe.
Na hora da convocação para a seleção nacional, muitas vezes a versatilidade é levada em consideração, pois o treinador não pode convocar muitos jogadores, de forma que é melhor ter um jogador que execute várias funções na equipe.
Claro que há técnicos que sabem explorar melhor a versatilidade de seus jogadores. Mesmo sendo corintiano, tenho que admitir que Muricy Ramalho (ele próprio foi um jogador versátil, atuando de meia e ponta) é um treinador que sabe utilizar a versatilidade de seus comandados. Foi assim no São Paulo, quando aproveitava as diversas funções de Hernanes e Richarlyson, volantes que podem atuar de meio campistas. É assim no Palmeiras, onde ele usa Diego Souza como meia e segundo atacante e Figueroa como lateral e meia direita.
Muitas vezes a solução para um problema em uma equipe não é a contratação de jogadores, basta olhar para o elenco disponível e encontrar um jogador versátil. E os treinadores vêm cada vez mais valorizando esses atletas.