A tendência da saída

7 de ago. de 2010

Há muitas coisas que ficaram mal resolvidas no caso envolvendo a saída do goleiro Felipe do Corinthians. Não conheço o caso a fundo o bastante para apontar se Felipe ou Andrés está certo, até porque, nessa história toda, eu não acredito que haja alguém completamente vítima ou completamente errado.

O que acho importante ressaltar é que Felipe não é um completo mercenário, como muitos falam. Ele realmente errou ao forçar sua saída do clube (se é que isso aconteceu mesmo), mas o desejo de atuar nas grandes ligas da Europa é uma tendência do futebol brasileiro atualmente, mesmo que alguns jogadores de peso tenham voltado para o Brasil nos últimos anos (Ronaldo, Robinho, Fred, Adriano).

Não importa o quão bom seja o ambiente com o qual o atleta conviva, ou quão alto seja seu salário, salvo algumas raras exceções, todo o jogador que atua no Brasil tem o sonho de jogar na Europa.

Como resolver esse problema do futebol nacional?

A questão não me parece meramente financeira, embora o dinheiro seja uma grande motivação. Para evitar a saída dos melhores jogadores do país para o exterior, é preciso mudar a mentalidade do nosso futebol.

Para começar, deve-se acabar com o pensamento de que tudo na Europa é melhor. Tenho certeza de que se alguns bons times brasileiros disputassem a Liga Inglesa ou Espanhola, por exemplo, conseguiriam ficar facilmente entre as 6 primeiras colocações. Mas a mentalidade de que times europeus são os melhores faz com que um goleiro que defende um grande time brasileiro há muitos anos tente uma transferência para um time mediano da Itália, que provavelmente não se sairia tão bem quanto o clube desse goleiro no Brasileirão, por exemplo.

É necessário que se faça um trabalho desde as categorias de base para evitar que bons jogadores tenham mais vontade de fazer fama na Europa do que de defender as cores do clube que amam. Hoje em dia, os garotos treinam nas escolinhas do Corinthians, São Paulo, Palmeiras etc., mas já estão pensando em marcar gols por Barcelona, Real Madrid, Manchester United...

Dessa forma, os jogadores mais habilidosos passam a deixar o país cada vez mais cedo, enfraquecendo o certame nacional. O Brasil é visto no mundo do futebol muito mais como um “mercadão” do que uma liga capaz de rivalizar com os grandes torneios da Europa.

Além da questão financeira, é preciso mudar a mentalidade do nosso futebol para que, no futuro, o Brasil tenha seus principais atletas atuando no por times brasileiros

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