A influência de Ricardo Teixeira

6 de set. de 2010

Ontem, ocorreu no Rio o jogo entre Flamengo e Santos, que acabou em um empate sem gols. Times medianos e ataques apáticos à parte, a partida foi marcada por ser a última antes do fechamento do Maracanã para reformas por dois anos.

O fato de o estádio ser completamente fechado durante as reformas causou irritação no Fluminense, que, inclusive, entrou com um pedido na justiça para poder usar o local para realizar suas partidas até o fim do ano. Mas a CBF afirma que não é seguro usar nem ao menos uma parte das arquibancadas. Não sou nenhum perito em obras, mas me parece que o Maracanã realmente poderia ficar aberto, mesmo que, para isso, os jogos tenham torcida única.

Essa situação apenas evidencia aquilo que Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, já sabe: quem mexer com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, deve esperar represália.

Em julho, Roberto Horcades, presidente do Fluminense, não liberou o técnico Muricy Ramalho para treinar a seleção brasileira, gerando um dos episódios mais vexatórios desses 21 anos de Teixeira como presidente da CBF.

Pois aí está a resposta. Impedir o Fluminense de jogar em seu palco preferido é como uma punição a Horcades, embora, oficialmente, os motivos do fechamento do estádio sejam mais nobres (por segurança).

Pode até ser que realmente não seja seguro realizar partidas no Maracanã durante as obras, mas Teixeira aproveitou a chance de se vingar e ainda favorecer um aliado político fechando o estádio. Enquanto o tricolor carioca fica longe do estádio ao qual seu time e sua torcida já estão acostumados, o Corinthians, cujo presidente é amigo de Teixeira, segue jogando no Pacaembu (que é a casa do Timão até que o estádio de Itaquera fique pronto), onde tem um aproveitamento perfeito, e se mantém na cola do Fluminense no Brasileirão.

Outro clube prejudicado com o fechamento do Maracanã é o Flamengo, que na eleição do Clube dos Treze, em abril, apoiou o candidato Fábio Koff. Lembrando sempre que Ricardo Teixeira apoiava o candidato Kléber Leite, cujo vice era Andrés Sanchez, presidente do Corinthians. Dessa forma, Teixeira conseguiu irritar dois adversários de uma só vez.

Enquanto uns são prejudicados, outros aproveitam o bom relacionamento com o presidente da entidade máxima do futebol nacional.

Apesar de o Morumbi receber uma série de restrições e cobranças da Fifa e da CBF, até chegar ao ponto de ser definitivamente recusado, o estádio do Corinthians, em Itaquera, foi aprovado facilmente, “na base da confiança”, sem que ninguém da CBF tenha visto o projeto antes do anúncio de que ele seria a sede paulista da Copa.

O estádio do São Paulo, entre outras razões, foi recusado por não apresentar garantias financeiras. Ora, mas que garantias o Corinthians apresentou? Grande parte do dinheiro para as obras em Itaquera virá da venda dos naming rights (direito de dar nome) do estádio. Mas quem garante que haverá uma empresa interessada em gastar R$300 milhões nesse tipo de publicidade?

Isso não foi empecilho para a aprovação do estádio corinthiano. Aliás, o secretário da Fifa, Jérome Valcke, que foi um dos principais responsáveis pela reprovação do Morumbi, fará visita a São Paulo e se reunirá com Teixeira para analisar o projeto corinthiano. E muito provavelmente não serão garantias financeiras que irão emperrar o projeto corinthiano, já que Andrés conta com o apoio do presidente da CBF para convencer Valcke de que o estádio do Corinthians é a melhor opção para abrigar a Copa em São Paulo.

Pois é. Uns desfrutam da proximidade com o presidente da CBF e outros pagam o preço por serem adversários dele. Está claro que, cada vez mais, Ricardo Teixeira exerce grande poder no futebol nacional. Ainda bem que o Corinthians está do lado dele.

3 comentários:

Anônimo disse...

Velho seu post tava bom até você chegar na parte de segurança financeira.
Na boa, você acha mesmo que o timão não deu segurança financeira pro projeto?
O Corinthinas feiz um contrato com a maior construtora do Brasil, que eh a responsavel pelo pagamento da obra. Para a FIFA e a CBF não faiz diferença se quem paga é o Corinthians ou a Odebrecth. Se o Corinthians não paga, o estádio já vai estar pago do mesmo geito.
Esse foi o problema dos bambis, eles queriam usar eles mesmo de garantia, sem ter nenhuma grande empresa por trás pra assumir a dívida caso o clube não pagasse. Teoricamente essa seria uma boa opção porque o Corinthians vai ter que pagar uma taxa (e alta diga-se de passagem, cerca de R$30~40 milhões) pra usar o nome da Odebrecth. Mas, com o histórico de inadinplência dos clubes brasileiros, é claro que a CBF e a FIFA não iriam aceitar. Porque se os bambi não conseguissem dinheiro as obras iriam parar e a Copa ia ficar sem estádio. O que não tem como acontecer no caso do Corinthians, porque se o clube não pagar a empresa tem que assumir a conta e terminar o estádio, senão ela tá fudida.

Roberto F. disse...

Tá na hora desse ricardo texeira sair da cbf. ele tá lá a muito tempo já, chega dele!!!

Anônimo disse...

Pelo menos o cara ta do nosso lado ;)

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