Política!
Esse é o principal motivo para Corinthians, Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense e outros times estarem querendo deixar o Clube dos 13.
Apesar dos discursos de que a razão para tal desfiliação (que ainda nem foi oficializada) é apenas uma tentativa de gerar mais receita com a venda dos direitos de transmissão do Brasileirão, a verdade é que há muita política por trás de tudo isso.
Até agora eu não havia comentado nada no meu blog sobre o assunto por que estava esperando para ver o desfecho da história. Mas agora resolvi dar minha humilde opinião sobre o tema.
Para começar, é importante ressaltar que o Clube dos 13 pretende fazer uma licitação com envelopes fechados para a venda dos direitos de transmissão de TV aberta dos jogos do Campeonato Brasileiro. Isso quer dizer que a Toda Poderosa Rede Globo não teria nenhum privilégio no processo licitatório.
Isso feriu os interesses do homem mais poderoso do futebol nacional, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, que, por alguma razão que eu confesso desconhecer, possui boas relações com a Globo e prefere que a emissora carioca vença a disputa pelos direitos de transmissão.
Vendo a possibilidade do fim do monopólio global sobre o Brasilierão, Teixeira já pôs em ação seu “sistema de alianças”. Dessa forma, o Corinthians, cujo presidente, Andrés Sanchez, é aliado de Teixeira, começou a tumultuar as relações no C13.
Andrés jura que o motivo para querer se desfiliar do C13 é apenas por entender que, já que o Corinthians gera muito mais ibope que os outros times, o Timão deveria ganhar uma parcela maior do total arrecadado com a venda dos direitos de transmissão.
O presidente corinthiano até tem razão. De fato o Corinthians mereceria ganhar mais que os demais por atrair mais audiência. Mas é ingenuidade acreditar que esse é o motivo para a revolta contra o C13.
Muito embora nunca tenha assumido efetivamente seu papel, a função do C13 é defender os interesses dos principais clubes brasileiros frente ao domínio da CBF (algo que evidentemente desagrada Ricardo Teixeira). E quando finalmente a entidade começou a fazer algo que realmente beneficie seus filiados (pois a licitação com envelopes fechados provavelmente gerará mais dinheiro), Ricardo Teixeira resolveu “cortar as asinhas” do C13.
Copiando o Corinthians, e sob o pretexto de se acharem merecedores de uma parcela maior na divisão do valor da venda dos direitos de transmissão do Brasileirão, os quatro grandes clubes cariocas também se rebelaram contra o C13. Como “recompensa”, o Flamengo já teve até o título brasileiro de 1987 reconhecido pela CBF.
É muita coincidência o reconhecimento do título justo quando a CBF está precisando ter apoio de mais clubes, não?
Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense ainda têm um motivo extra para irem contra o C13 e a favor da Globo (embora neguem a preferência pela emissora) e da CBF. Imaginem se a Record ou a Rede TV, emissoras paulistas, ganha a licitação organizada pelo C13. Seria muito provável que os times cariocas, acostumados a ter seus jogos transmitidos para todo o país, perdessem tal privilégio, enquanto os paulistas passassem a ter suas partidas televisionadas para o Brasil todo.
Posso até estar sendo maldoso. Mas me parece claro que Ricardo Teixeira mais uma vez está usando todo o seu poder e influência no futebol brasileiro para evitar a derrota de sua aliada Globo, manter os clubes nacionais como “cordeirinhos” sob suas ordens e impedir que o C13 ganhe força.
E aceitemos, corinthianos. Nosso presidente (que eu sempre elogiei) está fazendo o papel de fantoche de Teixeira, prejudicando todos os clubes do país, que seguem sendo dominados pelo “eterno” presidente da CBF.
Se quiser ganhar mais pelos direitos de transmissão, como realmente merece, Andrés deve montar chapa própria e ganhar as próximas eleições do C13, pois o presidente da entidade, Fábio Koff, foi eleito em uma votação justa e, portanto, tem autonomia suficiente para decidir e organizar junto de seus ajudantes como será feita a divisão dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.
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