Nada de gols no clássico entre Corinthians e São Paulo, realizado ontem, no Morumbi. Quem imaginava uma grande partida por conta da boa colocação dos dois times na tabela de classificação teve de se contentar com um joguinho feio e truncado, que acabou beneficiando Vasco e Botafogo, que também brigam pela liderança da competição.
O São Paulo começou o jogo com três volantes. Mas isso não representou uma postura defensiva em campo, já que Casemiro saía muito para o jogo e fazia a função de meia. O time da casa foi a campo com: Rogério Ceni; Piris, Rhodolfo, João Filipe e Juan; Wellington, Carlinhos Paraíba, Casemiro e Cícero; Lucas e Dagoberto.
Pelo lado corinthiano, Tite barrou Chicão, alegando que queria uma zaga mais alta para o confronto. Wallace entrou no time para formar dupla na defesa com Paulo André, enquanto Leandro Castan jogou de lateral esquerdo. Considerando que o ataque são paulino era formado por Lucas e Dagoberto (jogadores muito mais de velocidade do que de jogadas aéreas), não me pareceu uma troca muito inteligente.
Pode-se questionar a alteração promovida por Tite. Mas quem mais errou na história foi Chicão, que pediu para não ficar nem no banco de reservas. Faltou humildade para aceitar a opção do treinador. Resultado: Fábio Santos, voltando de lesão e ainda sem condição total de jogo, foi chamado às pressas para compor o banco.
Com uma defesa sem uma de suas principais referências de liderança, o Corinthians iniciou a partida com: Júlio César; Alessandro, Wallace, Paulo André e Leandro Castan; Ralf e Paulinho; Willian, Alex e Emerson; Liédson.
Com a bola rolando, as propostas de jogo das duas equipes ficaram bem claras. O Corinthians foi para o Morumbi pensando em não perder; o empate era bom resultado. Assim, foi o São Paulo que tomou conta das ações ofensivas da partida. Nos primeiros 5 minutos, o tricolor já teve duas grandes chances de gol, em chutes de Dagoberto e Lucas, ambos bem defendidos por Júlio César.
Mas, depois disso, quase não se viu futebol. O jogo passou a ficar truncado, cheio de faltas e muitos impedimentos (do São Paulo, já que o Corinthians nem atacava). A marcação alvinegra deu certo. Ralf foi perfeito e não deixou Carlinhos Paraíba jogar. Lucas até tentava fazer alguma grande jogada, mas não conseguia passar pela defesa corinthiana.
O Timão se defendia bem, mas também não atacava. Pela direita, Emerson era o único que tentava puxar contra-ataques, mas sem sucesso. Aos 29 minutos, Leandro Castan se machucou e Fábio Santos, aquele que havia sido chamado de última hora, teve de entrar no jogo.
No fim da primeira etapa, o São Paulo teve mais duas grandes chances de abrir o placar. Em uma delas, após cobrança de falta na área, Casemiro cabeceou na trave. Na outra, Wellington fez grande jogada pela esquerda e cruzou para Piris, que chutou em cima de Alessandro.
No segundo tempo, o jogo não melhorou. O São Paulo continuou com mais posse de bola, mas não conseguia assustar mais. O Corinthians manteve sua postura defensiva. E o jogo seguiu feio.
Quando o Timão tentava algum ataque, era sempre com Emerson. O Sheik foi o grande nome corinthiano no jogo, demonstrando muita raça e vontade. Mas uma andorinha só não faz verão. O camisa 11 do Corinthians jogava praticamente sozinho. Alex sumiu no jogo; só se preocupou em marcar. Willian também não fez muita coisa. Liédson sentiu o joelho e saiu aos 19 minutos, dando lugar a Danilo.
Sem uma referência no ataque, o Corinthians recuou ainda mais. As únicas chances de gol do Timão tiveram a participação de Emerson. Aos 29 minutos, Fábio Santos cruzou na cabeça do Sheik, que, livre na pequena área, cabeceou para fora. Aos 45, Emerson roubou a bola, puxou contragolpe e rolou para Willian, que chutou em cima da defesa são paulina.
No fim, a formação defensiva armada por Tite deu certo e o Corinthians segurou o São Paulo no Morumbi. Se não foi um resultado bom pensando na classificação no Brasileirão, pelo menos não agravou a crise (que, ante do jogo, já existia de fato), o que era o mais importante para Tite no momento.
O próximo jogo do Corinthians será no domingo, contra o Bahia, às 16:00 horas, no Pacaembu. Esse sim é jogo para vencer!
Foto: globoesporte.com
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